sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Mala


Me traga uma mala que caiba, esses sorrisos que já não necessários ver e retribuir, as lembranças que me fazem regredir, os sonhos que deixei jogados pelo quarto, as palavras engasgadas de indecisão, o amor dito aos quatro ventos, das lágrimas de banheiro e dos pequenos trechos ditos em momentos. 


Me traga uma mala que caiba, os beijos, os abraços, os sentidos aguçados, os arrepios e emoções. As brigas e silêncios de tempos passados. As sensações que a chuva trazia nas roupas molhadas em plena avenida, nos jogos de seduções.

Me traga uma mala que caiba, as páginas deste livro que não possui fim, que a tinta não faz questão de esgotar, do papel que não pára de chegar, do livro que não quer queimar e nem se molhar.
Me traga uma mala vazia que caiba um coração, uma ilusão, uma esperança, os sentimentos e um espírito afetuoso que não se sabe entender : 
Por que querer ?  Por que sofrer ? Por que perdoar ? Por que amar ?                     
  
Será que caberá tudo isso em uma mala ? Eu temo não conseguir fechá-la ...
É Tanta coisa pra guardar em um só lugar, só pra não usar mais, pra não olhar mais, pra não voltar mais ... 
Só pra deixar bem claro, que isso já não é necessário .

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