terça-feira, 9 de abril de 2019

Tormento

Eu vi a fúria serena em seus olhos,
no momento em que seu peito ardia
como se estilhaços de vidro estivessem cravados um por um.
Minha tormenta foi não saber como seguir de modo que pudéssemos sair ilesos,
se é que possamos...
No egoísmo, eu perdi e me vi perdido
pelo desejo de ter tua liberdade
que me escapava pelas mãos.
Eu te quis como um desesperado
e medonho foi o medo de não possuir.
Agora é trágico o fim que tecemos sobre palavras difíceis, agressivas e fúteis. 
Só saiba que por nada além de nós dois,
meu caminho de volta pra casa é uma coleção de tuas fotografias.
E em minha mente, o som da tua risada parece ecoar cada espaço em que estou,
assusta a tua ausência ser meu presente.
E agora, eu busco refúgio em tudo isso,
até que eu saiba seguir sem que tenha algo teu em minha atmosfera,
um dia após o outro para aceitar os meus enganos,
julgando todas as noites que os sonhos não chegam,
agoniado por não trazerem teu corpo, tudo que há em você, tua paz, tua ira, teu amor.

Amei tardio, flor. 

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