Juro que meu coração se agitou de forma diferente das outras vezes. Sempre concordamos que quartos de motel eram enodados. Aquele hotelzinho sóbrio da Avenida 13 já significava muito para nós. Uma chuva de final de tarde tornava o ambiente mais mágico e encantador. O sol parecia envergonhado ao se esconder atrás das nuvens cinzas. O tom de preto e branco do céu fazia lembrar uma fotografia retratada meramente em luz e sombras. Pura poesia. Antes de adentrar ao quarto, imaginei quantos encontros furtivos já tivemos e quantas sensações antes nunca experimentadas tive. Medo e desejo se misturavam de tal forma que me arrepiava os braços. Apenas rodei a maçaneta e a porta se abriu. Eu estava ali e ela também, que de alguma forma me atraía e nada mais me importava a partir daquele momento.
Não havia regras e as amarras se dissolviam como algodão doce na boca. O nosso momento era aquele e o depois não significa mais nada, eis a entrega voluptuosa de nossas vidas. Sinatra surgiu como um último retoque que faltava...All or Nothing at All...tudo ou nada! E sem falar nenhuma palavra, se entregou em meus braços. Ao som dos trompetes da música nos unimos. Futuros Amantes de Chico Buarque revirava minha cabeça...”o amor não tem pressa, ele pode esperar em silêncio”. Realmente fazemos acontecer! Despidos, roupas jogadas ao chão, beijos fogosos que refletiam o quanto queríamos nos possuir. Eu dentro dela, ela me envolvendo de corpo e alma. Não conseguia escutar mais canção alguma, apenas o som excitante da nossa respiração ofegante e num movimento cadencioso, chegamos ao orgasmo juntos. Últimos suspiros acompanhados de uma alegria indescritível. Que grande noite tivemos!
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